quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Paciência

Algumas coisas parecem carregar em si mesmas a proteção de não poder serem ensinadas.
Não! 
Não podem ser explicadas, tão substancialmente, que se tornem verdade pro outro. Não ficam claras, exceto se forem sentidas!
Há o que se cabe contar, descrever, exemplificar... Mas, há o que não se traduz em palavras. Não adianta tentar!
Aprendo, no afã de idas e vindas "entanas" sobre o que não se ensina a ninguém. Aprendo até mesmo a criar meus adjetivos... Rio porque "entana" é palavra derivada, orgulhosamente, da fase "enta" que me absorve e não me deixará tão cedo, se Deus quiser... Rio de meus verbos, adjetivos e substantivos... Ora objetivos, ora subjetivos demais... Mas, que quase sempre explicam alguma coisa a alguém...
Algumas coisas, por mais óbvias que pareçam, só tem como propósito ensinar que o óbvio é óbvio pro agente, não mais... Ao óbvio cabe a pergunta: óbvio pra quem?
Enfim, olho alguém agredindo a si próprio, ao outro, aos outros em sua pluralidade, agredindo a vida que carrega e... Me calo, não mais...
Olho o rancor e corro pra não sentir, além de ver....
Vejo a vida se dividindo em um tempo perdido e me perco da intenção de pregar qualquer forma de amor...
Porque há sentimentos que não podem ser triturados pra filtrar... O filtro tá na alma. É fato!
E, se a se alma é do outro, devo me ater "entamente" a observar e me recolher...
Triste talvez...
Outrora, com um certo consolo de querer não perder nenhum um segundo com a falta de paz que o ataque traz... Que o rancor refaz... Que o julgamento perfaz...
Sigo, "entamente", aos poucos depois dos quarenta... Sentindo paz de crescer...
Entendendo que... Algumas coisas parecem carregar em si mesmas a proteção de não poder serem ensinadas...

- Cacilda Drumond - 

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