sábado, 5 de outubro de 2013

Donos de nada

Se a gente fosse mesmo bem esperto,
Saberia não ser dono do mundo...
Nem do nosso mundo próprio, nem tampouco do mundo dos nossos...
E todos seriamos mais sutis, possivelmente mais leves, menos sérios e mais ocupados com o prazer de um agora bem sem compromisso... Ou talvez apenas fiel ao viver de verdade aquela hora.
E pronto!
Ao preconceito daríamos as costas, formando bons conceitos.
A preocupação poderia ser preterida para que a ocupação de algum muito, tudo ou nada fosse preferido pelo nosso tempo de existir.
À predisposição que faz carrancas na alma de alguns viraria disposição de ser sem precisar ter. Disposição de sorrir, tolerar, ensinar e seguir com o outro, pelo outro e para tantos outros em nós.
Se a gente fosse mesmo bem esperto,
Saberia não ser dono do mundo...
Olharia nos olhos, mais de perto...
Aceitaria o imperfeito, amaria o incerto...
Sentiria o limiar discreto do tempo que muda a cena, como a areia é mudada pelo vento...
Assim, de repente...
Sem muito porquê porque tem de ser...
Se a gente fosse mesmo bem esperto,
Saberia não ser dono do mundo...
E então...
Ahhhh... 
Seria embalado mais docemente pelo existir...
No doce embalo de aprender, um brinde à vida!

- Cacilda Drumond -


Nenhum comentário:

Postar um comentário