quarta-feira, 12 de agosto de 2015

05/05/13

Os tempos aprimoram a comunicação e somos seres aparentemente mais acessíveis...
A comunicação aprimorada, entretanto, não nos permite sermos seres melhores porque, talvez como moeda de troca, entregamos nosso tempo e nos falta paz pra amar melhor.
Amar nossos amigos, integralmente, como deve ser.
Amar e desfrutar o amor de quem rodeia: conversar de pertinho, trocar cheiros, amores, beijos, afeto e cada delícia de sentir, sem perder um segundo... Filhos, amigos, pais, primos, gente com nosso sangue ou sem nosso sangue, mas com nossa alma...
E nossa vida segue, entre as dores e as delícias escravizadas por um tempo que escorrega, friamente, por nossas mãos.
E, de repente, falta o agente a quem dedicaríamos o tempo, o amor, a amizade, a palavra, o colo, o prazer de sorrir só porque o outro existe no nosso caminho. E isso é tanto!
E, de repente, falta o cenário que nos faria ver que valeu a pena, que foi saldo bom, que houve dia de gargalhada, dia de filosofia ou dia de ficar em silêncio, só ouvindo a vida passar.
E, de repente, deliciosamente, não julgamos nada nem damos adereços aos fatos, nem endereços aos dias de não porque os dias de sim nos fizeram tão bem.
E a gente nem pode sentir a delícia de estar desvestidos de julgamentos porque o tempo levou o cenário e só ficou o que tinha que ficar: o prazer que se sentiu, a voz que se ouviu, o abraço, um olhar, um afeto... E tudo que ficou, ficou bonito sim, porque está desvestido de julgamento e não julgar é ato soberano...
Porque ninguém no mundo tem rótulo pro certo e pro errado, pro sagrado ou pro profano, pro perfeito ou pro insano...
Porque, soberano mesmo é amar sem revestir, soberano é desvestir os olhos pro coração vivenciar quem você mereceu ter no seu caminho.
Obrigada, querido amigo-estrela, porque cruzou nosso caminho e porque pude te enxergar de forma desvestida. Enxerguei dignidade, autenticidade e uma perspicácia que, possivelmente, jamais poderei ver tão sem medida em outra pessoa.
Obrigada pelas palavras que me fizeram conhecer um pouco do mar, pela Bahia relatada em causos, pelo feijão feito de madrugada na mais perfeita humildade e discrição.
Elegância na simplicidade é soberania de poucos!!!
Obrigada, família querida, pelo afeto, presença, cumplicidade e amor latente.
A cada um, meu amor, respeito e meu abraço com muita saudade.

Cacilda Drumond

(PARA MIRO, UM GRANDE CONTADOR DE CASOS)

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